segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Exu-Mirim


Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada “de lado” dentro dos centros e terreiros. É a linha de Exu Mirim.

Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar - se muito da existência deles. Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pomba-gira para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar Exu Mirim é proceder como em casas que não aceita - se Exu e Pomba-gira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, “se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda”.

O Exu–Mirim nos traz situações e “complicações” para que estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.
Dentro da Umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos Orixás. Também assim fazemos com o mistério Exu–Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu–Mirim, formada por espíritos ligados a essa divindade regente.

Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro do bom - senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam - se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pombagiras guardiões da casa.

Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus - Mirins como os Pretos - velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.
Trazem nomes simbólicos análogos aos dos “Exus - adultos”, demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e Orixás a quem respondem. Assim, temos Exus - Mirins ligados ao Campo Santo: Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo: Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta, ligados à água: Lodinho, Ondinha, Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exus - Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam – se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela bicolor vermelha/preta, etc.
Uma força muito grande que Exu–Mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças “negativas” que estejam atuando contra nós, “desocultando-as” e acabando com essas atuações.
A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu – Mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Lembrem – se que a Umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação.Para aqueles que sentirem – se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu – Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.

Algumas palavras sobre os exus:

· Tem palavra e a honram;

· Buscam evoluir; 
·Afastam-se daqueles que atrasam a sua evolução; · Estas Entidades mostram-se sempre justas, dificilmente demonstrando emotividade, dando-nos a impressão de serem mais "Duras" que as demais Entidades;·  São caridosas e trabalham nas suas consultas, mais com os assuntos Terra a Terra; ·  Sempre estão nos lugares mais perigosos para a Alma Humana;

· Por sua função cármica de Guardião, sofrem com os constantes choques energéticos a que estão expostos; 


“Pela Misericórdia de DEUS, que me permitiu a convivência com essas Entidades desde a adolescência, através dos mais diferentes filhos de fé, de diferentes terreiros, aprendi a reconhecê-los e dar-lhes o justo valor. Durante todos estes anos, dos EXÚS, POMBO-GIRAS e MIRINS recebi apenas o Bem, o Amor, a Alegria, a Proteção, o Desbloqueio emocional, além de muitas e muitas verdadeiras aulas de aprendizado variado. Esclareceram-me, afastando-me gradualmente da ILUSÃO DO PODER. Nunca me pediram nada em troca.  Apenas exigiram meu próprio esforço. Mostraram-me os perigos e ensinaram-me a reconhecer a falsidade, a ignorância e as fraquezas humanas.  Torno a repetir, jamais pediram algo para si próprios.   Só recebi e só vi neles o Bem.”  –  

Mas Então Quem É Exu?

Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral.

No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério Exu.
Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.
Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos.

A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras.

É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas, podem aparecer como "guardas". Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos, chapéus, etc.
Eles têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc.

Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exu.

Exú é Mau?


Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar.

Exú é neutro, quem faz o mal são os médiuns que utilizam os Exús para fazerem trabalhos que prejudiquem outras pessoas.
Na verdade o mal ou o bem, como já afirmamos é produto da vontade e da evolução do próprio homem e Exu esta acima do bem e do mal, sentimentos esses pertencentes a evolução humana.

Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios.

Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios.
As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.

De um texto extraído do livro “ O Guardião da Meia- Noite” podemos ter uma idéia de quem é Exú:

“Não derrubo quem não merece, nem elevo quem não fizer por merecer.

Não traio ninguém, mas não deixo de castigar um traidor.

Não castigo um inocente, mas não perdôo um culpado.

Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor.

Não salvo a quem quer perder-se, mas não ponho a perder quem quer salvar-se.

Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer matar-se.

Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder.

Não pego o poder do Senhor da Luz, mas não recuso o poder do Senhor das Trevas.

Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastar.

Não ajudo quem não quer ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer. 

Sirvo à Luz. Mas também sirvo às Trevas.

No meu reino eu mando e sei me comportar.

Não peço o impossível, mas dou o possível.

Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram.

Só respeito a Lei do Grande da Luz e das Trevas e nada mais.


Os Exus


Muito se fala a respeito dos Exus, mas pouco se entende. Tendo isto em vista, vamos tentar colocar em palavras mais simples a respeito dos mesmos.

Exus são espíritos que já encarnaram na terra.  Na sua maioria, tiveram em encarnações anteriores cometidos vários crimes ou viveram de modo a prejudicar seriamente sua evolução espiritual, sendo assim estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade,  incorporando nos terreiros de Umbanda.


São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, crianças e caboclos, são servidores dos Orixás. 

Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens que lhe são passadas.  Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações.   

Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e  etc. de seus consulentes.  Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhosCiganos, Baianos, etc), protegendo o terreiro  e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.
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EXU JOÃO CAVEIRA


EXU JOÃO CAVEIRAO Exu João Caveira contou uma vida passada. Disse que na Idade Média, foi um fiel conselheiro de um senhor feudal. Criada uma situação no feudo de difícil solução, foi solicitada sua opinião para decidir a questão. Se decidisse de uma forma, agradaria todos os senhores, e de outra, faria justiça a todos os moradores desafortunados do lugar. Para ganhar a simpatia do lado forte, decidiu pela primeira hipótese, mesmo contrariando a sua vontade, que em nenhum momento expressou. Por causa disso, ganhou um carma enorme, que está resgatando nos terreiros da umbanda.

Exu Pinga Fogo

Exu Pinga Fogo Imagem 45 Cm Gesso
O Exu do Fogo contou uma história interessante. Disse que através do fogo executa seus trabalhos de caridade, por ter ele, no tempo da Inquisição, condenado várias pessoas para serem queimadas em fogueiras com a pecha de bruxos. Hoje ele se considera um bruxo e através do elemento fogo, tenta resgatar os males que carrega em seu carma. E vale a pena ver a habilidade deste exu manipulando o fogo.

EXU PANTERA





O Exu Pantera é uma surpresa. Seu nome dá a entender ser um espírito violento, bravo, mas ao contrário, apresenta-se com muita elegância, com charme e um bom palavreado. Ele contou sua história: afirmou ser europeu, e grande admirador da pantera, para ele, um animal esperto, ágil, e o mais elegante de todos. Veio ao Brasil para resgatar seu carma, agrupando-se à umbanda, especificamente à quimbanda e como tem uma relação direta com o Caboclo da Pantera, não teve nenhuma dúvida em usar o nome do lindo felino. Daí seu nome: Exu Pantera.

EXU 7 DA LIRA

O Exu 7 da Lira, segundo a unanimidade dos terreiros afirma, foi o grande cantor brasileiro. De certa forma, foi sinalizada alguma coisa em nosso terreiro, pelo ponto que ele mesmo ditou:

Sou exu, trabalho no canto
Quando canto desmancho quebranto
Sete cordas tem minha viola
Vou na gira de elenco e cartola
Viola é o tridente
Cigarro é o charuto
Bebida é o marafo
Sou Sete da Lira
Derrubo inimigo
Ponteiro de aço

EXU MORCEGO


Em um castelo, inteiramente de pedra, mal cuidado e isolado no meio de uma floresta, típico daqueles pertencentes ao feudo europeu, vivia um homem branco e corpulento, trajando uma surrada roupa, provavelmente antes pertencente a um guarda-roupa fino. Percebia-se o desgaste causado pelo passar do tempo, pois ainda carregava uma grossa e rica corrente de ouro de bom quilate, com um enorme crucifixo do mesmo cobiçado material. Parecia viver na solidão, muito embora no castelo vivessem vários serviçais. Na torre do castelo, as janelas foram fechadas com pedra, e só pequenas frestas foram feitas no alto das paredes.

A luz não podia entrar. A torre não tinha paredes internas, formando uma enorme sala, com pesada mesa de madeira tosca, tendo como iluminação dois castiçais de uma só vela cada. Ao lado da tênue luz das velas, livros se espalhavam sobre a mesa, mostrando ser aquele homem um estudioso e que algo buscava na literatura. De braços abertos, com um capuz preto cobrindo sua cabeça, emitia estranhos e finos sons, tentando descobrir o segredo da levitação. Pelas frestas da torre, entravam e saiam voando vários morcegos com os quais ele procurava inspiração e força para atingir sua conquista. Por quê? Não sabemos. A idéia e as razões eram só da estranha figura. Parecia um homem de fino trato, transfigurado na fixação de atingir um poder que não lhe pertencia. Seu nome? Também não sabemos. Só o conhecemos incorporado nos terreiros como o querido, mas temido, Exu Morcego.

A História de Seu Zé Pilintra


Os malandros têm como principal característica
de identificação, a malandragem, o amor pela noite,
pela música, pelo jogo, pela boemia
e uma atração pelas mulheres
(principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, etc...).
Isso quer dizer que em vários lugares
de culturas e características regionais completamente diferentes,
sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco,
dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró;
no Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba
e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes,
mas que marcam exatamente a figura do malandro.
No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo
do antigo malandro da Lapa, contado em histórias,
músicas e peças de teatro. Alguns quando se manifestam
vestem-se a caráter. Terno e gravata brancos.
Mas a maioria gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda,
e justificam o gosto lembrando que: “a seda, a navalha não corta”.
Navalha esta que levavam no bolso, e quando brigavam,
jogavam capoeira (rabos-de-arraia, pernadas),
às vezes arrancavam os sapatos e prendiam a navalha
entre os dedos do pé, visando atingir o inimigo.
Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky,
fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto.
São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo
quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm
capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los,
podem curar, desamarrar, desmanchar,
como podem proteger e abrir caminhos.
Têm sempre grandes amigos entre os que
os vão visitar em suas sessões ou festas.
Existem também as manifestações femininas da malandragem,
Maria Navalha é um bom exemplo. Manifesta-se como características
semelhantes aos malandros, dança, samba, bebe e fuma da mesma maneira.
Apesar do aspecto, demonstram sempre muita feminilidade,
são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores
principalmente vermelhas e vestem-se sempre muito bem.
Ainda que tratado muitas vezes como Exu,
os Malandros não são Exus. Essa idéia existe porque quando
não são homenageados em festas ou sessões particulares,
manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e parecem um deles.
Os Malandros são espíritos em evolução, que após um determinado tempo
podem (caso o desejem) se tornarem Exus.
Mas, desde o início trabalham dentro da linha dos Exus.
Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras
e dos termos com os quais são compostos os pontos
e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples,
amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo,
ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos.
Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro,
detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos.
Salve a Malandragem!
Na Umbanda o malandro vem na linha dos Exus,
com sua tradicional vestimenta: Calça Branca,
sapato branco (ou branco e vermelho), seu terno branco,
sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha
ou chapéu de palha e finalmente sua bengala.
Gosta muito de ser agradado com presentes, festas,
ter sua roupa completa, é muito vaidoso,
tem duas características marcantes:
Uma é de ser muito brincalhão, gosta muito de dançar,
gosta muito da presença de mulheres, gosta de elogiá-las, etc...
Outra é ficar mais sério, parado num canto assim como sua imagem,
gosta de observar o movimento ao seu redor
mas sem perder suas características.
Às vezes muda um pouco, pede uma outra roupa,
um terno preto, calças e sapatos também pretos, gravata vermelha
e às vezes até cartola. Em alguns terreiros ele usa até uma capa preta.
E outra característica dele é continuar com a mesma roupa da direita,
com um sapato de cor diferente, fuma cigarros, cigarilhas ou até charutos,
bebe batidas, pinga de coquinho, marafo, conhaque e uísque, rabo-de-galo;
é sempre muito brincalhão, extrovertido.
Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas
e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas,
assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus.
Sua imagem costuma ficar na porta de entrada dos terreiros,
pois ele também toma conta das portas, das entradas, etc...

É muito conhecido por sua irreverência,
suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu,
até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.
Africanas Raízes - Imagem - Chapeu e bengala de Seu Zé Pelintra

História do Exu Sete Encruzilhadas das Almas

Sendo um exu trabalhador e com muita luz o senhor  Sete Encruzilhadas é um verdadeiro guerreiro que luta para difundir a  Umbanda e seus fundamentos.Segundo relatos,em sua última encarnação ele viveu no bairro de São Cristóvão, na cidade do  Rio de Janeiro.


Desencarnou quando era muito jovem,aproximadamente  26 anos, vitima de um assalto,sendo espancado até a morte.Viveu um longo período de sofrimento  no Umbral,onde os sentimentos de vingança lhe dominavam a alma,tais sentimentos o atormentavam muito,quando foi socorrido por uma alma solidária e amiga, que aos poucos lhe mostrava novamente os caminhos do bem,da gratidão e do amor.


Após uma fase de repouso do estado de prostração que sofreu,ele  começou pouco a pouco,a abrir seus olhos e enxergar a verdadeira estrada,cujo caminho tem uma longa escada que nos leva ao Pai.Quando recuperou-se um pouco, foi convidado por  Ricardo( Uma alma de muita luz), para trabalhar nas colheitas do bem.


Exu Rei das 7 Encruzilhadas

Ricardo é conhecido no mundo espiritual como: Exu Malandrinho do Cruzeiro das Almas,ele é o Chefe dos Exus que forma  a Equipe de Guardiões e Protetores do ” Templo Espiritualista Novo Amanhecer”.Com esse convite vieram as chances de se redimir e reparar os erros que havia cometido no passado.


Paulo ( Exu 7 Encruzilhadas das Almas)  quando aceitou o convite de trabalhar ao lado dos demais espíritos de luz (Exus) ingressou na linha de trabalhadores de esquerda, com o nome de Exu Sete Encruzilhadas das Almas

HISTORIA DE EXUS

Exus


Na corte astral, celestial, havia um anjo chamado Lúcifer, Anjo Belo, o primeiro dos querubins, com grandes poderes e conhecimentos. Estranhos sentimentos, orgulho e vaidade, penetraram em seu coração, fazendo com eu conspirasse contra Deus, querendo o lugar do Altíssimo. Conseguiu o, o Anjo Belo arrebatar uma legião de anjos para o combate causando assim uma revolta celeste. Sendo derrotado, o Anjo Belo, e obtendo assim a ira de Deus foi expulso e foi obrigado a levar a sua legião consigo. Chamado de Satanás (adversário do Pai) e também de Exus (traidor do Povo) pelo Pai Criador.Seu Belo, Satanás, Exu, Diabo, Capeta, o Cão, Demônio, são algumas formas de chamamento de seu Lúcifer o rei das Trevas, do mal, porém sua falange é organizada com muito rigor e dureza.“Exú que tem duas cabeças,mas ele olha sua gira com fé;uma é satanás do inferno;e a outra é de Jesus Nazaré.”Assim como na Santíssima Trindade, as três manifestações do Altíssimo são: Pai – Obatalá; Filho – Oxalá; Espírito Santo – Ifá. Sua Alteza Lúcifer, também apresenta-se numa Trindade, comandando o reino dos Exus, sendo: Lúcifer, Béelzebuth; Aschtaroth.Lúcifer comandante supremo, dá-se o direito de apresentar-se da maneira que desejar. Trajando capa preta com forro vermelho, possui dois chifres (cornos), é um autêntico cavalheiro, adora bebidas finas e bons charutos, apresentando-se sempre acompanhado de Pombo-Gira, possuindo dois auxiliares, Marabô (Put Satanakia) e Mangueira (Agalieraps).Béelzebuth, apresenta-se com formas monstruosas de bode ou bezerro, possuindo dois auxiliares, tranca-Ruas (Tarshimache) e Tiriri (Fleruti).Aschtaroth, Exu das sete Encruzilhadas, apresenta-se na forma de um homem normal muito bem vestido, dominando os caminhos que se cruzam, possuindo dois auxiliares, Veludo (Sagathana) e Exu dos Rios (Nesbiros).Organograma do Reino dos Exus

Marabô - (Put Satanakia) - é determinado a esse Exú, a fiscalização do plano físico, distribuindo ordens aod seus comandados. Apresenta-se como um autêntico cavalheiro, dominando o francês, apreciando bebidas finas e os melhores charutos. Exú de gênio muito difícil, raramente apresenta-se em terreiros.(Ponto Riscado - Organograma) Exú Mangueira - (Agalieraps) - Muito confundido com Marabô, salvo pelo fato de quando está sendo incorporado expele o cheiro forte de enxofre, também de gênio muito dificil, é necessário recorrer a Entidades Superiores para sua retirada.(Ponto Riscado - Organograma)Exú Tranca-Ruas - (Tarchimache) - grandioso Exú. Todo terreiro deverá solicitar seus valorosos trabalhos antes de começar as seções. Sendo solicitado, guardará as porteiras dos terreiros com sua falange, contra os Quiumbas (Espíritos Obcesores). Guardião dos recintos onde se pretica a Alta Magia, como na Umbanda. Devemos saudar a este Grande Exú. É conhecido também como tranca Rua das Almas e Tranca Ruas de Embaé. (Ponto Riscado - Organograma)Exú Tiriri - (Fleruty) - de grande força para despachar trabalhos nas encruzilhadas, matas, rios, apresentando-se como um homem preto com deformação facial. (Ponto Riscado - Organograma)Exú Veludo - (Sagathana) - bastante evocado na Quimbanda, principalmente na Magia Negra, atendendo com rapidez a quem recorre a sua proteção. Apresenta-se como um fino cavalheiro muito bem vestido, curiando bons conhaques e fumando bons charutos. sua presença é facilmente notada, pois possui "pés de cabra", gostando de trabalhar com "as moças".(Ponto Riscado - Organograma)Exú dos Rios - (Nesbiros) - companheiro de Veludo, domina as margens dos rios e é confundido com um Caboclo de Penas, porém, usa vestimentas de penas negras e apresentando também, chifre. Comanda a Linha Mixta da Quimbanda.(Ponto Riscado - Organograma)Exú Calunga - (Syrach) - comanda uma falange de 18 Exús, apresentando-se como um anão. Também chamado de Gnomo, Calunguinha, Duende ou Saci. Comanda mais quinze outros Exús, que são: Quebra-Galho, Pombo-Gira, Tranqueira, Sete Poeiras, Gira Mundo, Das Matas, Dos Cemitérios, Morcêgo, Sete Portas, Sombra, Tranca Tudo, Pera negra, Capa preta e Marabá. (Ponto Riscado - Organograma)Exú Omulú - Meu Pai, Atotô, Meu Pai! No culto nagô é chamado de Abaluaiê ou Abaluaê. Senhor Supremo dos Cemitérios (Calunga menor), incumbido de zelar pelos mortos ali enterrados. Apresentando-se nos terreiros coberto por um lençol ou toalha branca, tendo que ser levantado por médium de muita firmeza. Comandando uma das mais poderosas Linhas da Quimbanda, a Linha das Almas. Senhor de um grande poder, comparado apenas ao Maioral, "Seo Lúcifer". Quando solicitado, trabalha para minimizar o sofrimento dos filhos, recebendo obrigações, presentes e solicitações no cruzeiro do cemitério. possuindo dois grandes colaboradores, Exu Caveira e Exu da Meia-Noite.(Ponto Riscado - Organograma)Oxalá Meu PaiTem pena de nós, tem dóA volta do mundo é grandeSeu poder ainda é maior!Atotô Meu Pai, Agô!Exú Caveira - (Sergulath) - auxiliar direto de Exú Omulú, seu braço direito, é o guardião das porteiras dos cemitérios, onde devemos salvar seu Caveira. Transmite muito medo e respeito, nas seções e nas entregas. Apresenta-se com seu rosto na forma de uma caveira, não tendo hora certa para se apresentar, sendo por volta da meia-noite, o costumeiro. Lidera e tem sob seu comando sete Exús, a saber: Tata Caveira, Brasa, Pemba, Maré, Carangola, Arranca-Toco e Pagão. Além desses, comanda também Exú do Cheiro (Cheiroso) - (Aglasis) - que tem sob sua guarda outros quarenta e nove Exús. (Ponto Riscado) - Organograma)

Exú da Meia-Noite (Hael) - especialista nas forças ocultas, decifrador de quaisquer idiomas ou letras, apresenta-se de capa preta e seus inconfundíveis olhos de fogo e pés de cabra. Seu horário é a meia-noite daí seu nome, neste momento, não se encerram as seções nos terreiros, pois Hael está de ronda. Dizem que São Cipriano, aprendeu de Hael tudo qe sabia em relação a Alta Magia, (Livro da Capa Preta). Lidera também sete Exús: Mirim, Pimenta, Malé, Sete Montanhas, Ganga, Kaminaloá e Quirombô. Comanda ainda o Exú Curadô (Meramael). (Ponto Riscado - Organograma)

Cigana Sete Saias

É considerada a Deusa do Amor pelo povo do oriente, e a ela que as moças recorrem quando desesperadas por falta de amor.
A cigana 7 Saias tem esse nome por usar uma saia composta por sete cores diferentes. A história conta que essa Cigana quando criança viu pela primeira vez o arco íris e ficou tão encantada que pediu a sua mãe que fizesse uma saia com aquelas cores. 

Sempre foi muito bonita, gostava de usar jóias douradas e laços no cabelo. Tocava pandeiro e se saía muito bem na arte de jogar cartas e leitura de mãos. Sua família como toda de origem cigana viajava muito, e em uma dessas viagens a cigana 7 Saias conheceu aquele que foi seu grande amor. Porém ele era um gadjo, ou seja, um não cigano. 

Apaixonaram-se perdidamente e pensaram até em fugir. Mas na tradição cigana esse amor era impossível, 7 Saias contou a sua família o que se passava em seu coração, e obviamente foi reprimida, e seu pai, já decidido a casá-la com outro cigano a quem já havia prometido a mão, resolveu levantar acampamento e ir de encontro a outra família. A 7 Saias nem pode se despedir de seu namorado, pois ficou fechada em sua tenda sendo vigiada até o dia da viagem.

Durante o percurso uma dor insuportável tomava seu peito, pensando por que o amor tinha de ser tão cruel? Tão dolorido? Apenas a tristeza lhe tomava o peito, um enorme nó na garganta, assim nem conseguiu comer. E isso continuou por dias... dias e dias... até chegarem ao local aonde a outra família estava instalada. 


Seus pais pensavam que esse amor de jovem passaria, e que ao conhecer seu noivo 7 Saias se encantaria novamente e seria muito feliz. Afinal já haviam visto tantos casos de ciganas que ameaçavam fugir, se matar pra não casar com o noivo escolhido pela família e depois estarem felizes no casamento. Esperavam isso pra filha deles.

Contudo não foi isso que aconteceu. A 7 Saias continuou na sua tristeza profunda, reclusa, sem se alimentar direito, apenas com aquele olhar triste e perdido para o céu.
Até que chegou o dia do casamento, porém a família que esperava naquele dia estar festejando o enlace da filha tão querida estava ferida no coração, com muita dor. A família do noivo recebeu então ao invés da noiva tão esperada para o filho, o corpo de uma jovem e bela cigana morta. Então ao invés de casamento, as duas famílias celebraram um funeral.

Como ultima homenagem, a mãe vestiu 7 Saias com sua saia favorita, a que tinha 7 véus coloridos como o arco íris.
Assim seu espírito ajuda aqueles que sofrem com problemas de amor, pede pra Dona 7 Saias que ela lhe ajudará. E o que ela une nada irá separar.
A lenda conta que a  Cigana Sete Saias foi apaixonada por um moço “não cigano” o que seus pais não aceitavam… e proibida de viver este amor parou de comer até vir a falecer.  Quando seu corpo estava sendo preparado para velar, sua mãe trouxe suas sete saias favoritas e colocou a seus pés para poder rodar e jogar cartas nos caminhos do astral superior.

  A moça chegando as astral, foi recebida por Santa Sara a qual a designou a proteger e ajudar todas as moças que choravam por seus amores proibidos e impossíveis…  É a esta entidade poderosa que as mais serias mandingas de amor são realizadas…  e há quem diga que o que a Cigana Sete Saias Une… Ninguém separa!  Esta pomba-gira gosta de receber suas oferendas e presentes nas encruzilhadas de campo e preferencialmente as 18:00 nas sexta-feiras de lua cheia. 

 Nas suas oferendas não pode faltar perfume de flores ou gardênia… sua velas são coloridas quase sempre vermelhas, brancas e Rosas… que são as cores que simbolizam o sexo, o amor e a tranqüilidade nas relações.  “Há quem diga que ela vem dos cruzeiros… há quem diga que ela vem do luar… me diga oh meu Deus de onde vem Pomba-Gira Sete Saias e onde ela quer trabalhar!?”  Saravá cigana Sete Saias!
SALVE SETE SAIAS

minha boa e gloriosa princesa pelos 7 EXUS que acompanham seus passos, rogo e suplico que amarre **** nos nós de suas saias e nos 7 Guizos de sua roupa. Vou divulgar seu nome em troca deste pedido de trazer ****hoje e sempre comigo, para que ele se torne meu e ainda hoje pense em mim e me mande uma mensagem e retorne logo, pois não conseguirá ficar longe de mim, pois terá medo de me perder, que venha dizendo que me quer sempre junto dele. Assim seja e assim será! E assim está feito! Eu profetizo em nome do pai do filho do espírito santo, que **** vai voltar para sempre o mais rápido possível, confio nas falanges da pomba gira rainha das 7 encruzilhadas, cada vez que for lida essa oração mais forte ela se fará, por isso vou mandar aos 4 cantos do mundo pedindo a mãe que me conceda o pedido de estar com ****. Sei que os espíritos das falanges de POMBA GIRA já estão soprando no ouvido dele o meu nome de dia e de noite, ele daqui mais um pouco não vai comer, dormir ou fazer alguma coisa a não ser se estiver comigo, confio no poder das 7 Encruzilhadas e vou continuar divulgando esta oração poderosa.

 Minha Cigana Sete Saias,poderosa...me trouxe o grande amor da minha vida.
Tenho esperança na sua Gira,para que eu possa desfrutar eternamente desse meu amor.
E com isso,procuro ser uma pessoa cada vez melhor,por merecimento a minha Cigana e essa Falange especial,protetora das mulheres.
Salve Sete Saias!!!


Pomba  Gira Maria Padilha                               

França, final do século dezenove. Juliette estava desesperada. Aos dezesete anos, filha de nobres franceses estava prometida em casamento para o jovem Duque D''areaux.
Por coisas que somente à vida cabe explicar, havia se apaixonado por um dos cavalariços de sua propriedade. Entregara-se a essa paixão o que acabou acontecendo uma gravidez que já atingira a oitava semana. Somente confiara o segredo à velha Ama Marie, quase uma segunda mãe que a vira nascer e dela nunca se afastou, que a aconselhou a fugir com Jean, seu amado.
Procurado, o rapaz não fugiu à sua obrigação. Sairiam a noite levando consigo apenas a Ama que seria muito útil à moça e os cavalos necessários para os três.
 Perto da meia-noite, Juliette e Marie esgueiraram-se pelo jardim e dirigiram-se até o ponto em que o jovem as esperava. Rapidamente montaram e partiram. Não esperavam, contudo, que um par de olhos os espreitasse. Era Sophie a filha dos caseiros, extremamente apaixonada por Jean. Percebendo o que se passava correu até a grande propriedade e alertou aos pais da moça sobre a fuga iminente. Antoine, o pai de Juliette, imediatamente chamou por dois homens de confiança e partiu para a perseguição. Não precisaram procurar por muito tempo.

A falta de experiência das mulheres fazia com que a marcha dos fugitivos fosse lenta. Antoine gritou para que parassem. Assustado Jean apressou o galope e o primeiro tiro acertou-o no meio das costas derrubando-o do cavalo. Juliette correu para o amado gritando de desespero quando ouviu o segundo tiro. Olhou para trás, a velha Ama jazia caída sobre sua montaria. Sem raciocinar no que fazia puxou a arma de Jean e apontou-a para o próprio pai. - Minha filha, solte essa arma! - assim dizendo aproximava-se dela. Juliette apertou o gatilho e o Tiro acertou Antoine bem no coração. Os homens que o acompanhavam não sabiam o que fazer.

Aproveitando esse momento de indecisão a moça correu chorando em total descontrole. Havia uma ponte à alguns metros dali e foi dela que Juliette despediu-se da vida atirando-se na água gelada. A morte foi rápida e nada se pode fazer. Responsável direta por três mortes (a dela, do pai e da criança que trazia no ventre) causou ainda, indiretamente mais duas; a de Jean e da Ama. Triste destino aguardava o espírito atormentado da moça.

Depois de muito vagar por terrenos negros como a noite e conhecer as mazelas de incontáveis almas perdidas, encontrou um grupo de entidades que a encaminhou para a expiação dos males que causara. Tornou-se então uma das falangeiras de Maria Padilha.
Hoje em nossos terreiros atende pelo nome de Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga, onde, demonstrando uma educação esmerada e um carinho constante atende seus consulentes sempre com uma palavra de conforto e fé exibindo um sorriso cativante.

RAINHA DAS 7 ENCRUZILHADA

RAINHA DAS 7 ENCRUZILHADA



Pomba gira das 7 encruzilhadas (entidade da Umbanda e também cultivada e cultuado no candomblé) foi uma Rainha no seu tempo na terra, diz a história ter sido ela uma linda cortesã que amarrou o coração de um Rei Francês que a tornou Rainha.
Passou-se alguns anos e o Rei veio a falecer. A rainha passou a tomar conta sozinha do seu reino o que deixou alguns membros da corte indignados porque ela não teve filhos para deixar o trono como herança e tampouco parentes sangue azul para substituí-la após a sua morte.
Devido a tenacidade da rainha o seu trono começou a ser cobiçado por outros reinos o que trouxe muita preocupação para a política da corte, então o conselheiro real convenceu a Rainha a casar-se novamente com um homem cujo o reino fosse ainda maior que o seu para juntos vencerem as batalhas e trazer ao reinado a paz e a tranqüilidade que já não tinham mais. Um dia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzido pela beleza da rainha e dono de um reinado incalculável no oriente e a pediu em casamento, a rainha preocupada com destino da sua corte e pela proteção de seu trono, aceitou a oferta de imediato e logo em seguida casaram-se.

Não demorou muito a querida rainha foi envenenada pelo seu atual marido que logo após se titulou o Rei e começou a governar a corte da pior maneira possível. A saudosa rainha após o seu desencarne chegou ao mundo astral muito perdida e logo começou a habitar o limbo devido a faltas graves que na terra havia cometido. Depois de algum tempo na trincheira das trevas do astral a Rainha foi encontrada pelo seu antigo Rei que no astral era conhecido como Senhor das encruzilhadas, este senhor passou a cuida-la e incentiva-la a trabalhar do seu lado para as pessoas que ainda viviam no plano material aliviando suas dores e guerreando com inimigos astrais...

O feito deste casal no astral tornou-se tão conhecido e respeitado que o Exu Belo nomeou o Senhor das encruzilhadas como Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei nomeou a sua Rainha. Juntos eles passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e sob o seus comandos milhares de entidades subordinadas que fizeram do Reino das sete encruzilhadas o maior reino do astral médio superior.


Passou-se muitos anos e o Rei que havia envenado a rainha veio a morrer durante uma batalha, e este foi resgatado pelos soldados da Rainha das sete encruzilhadas e o mesmo foi levado até ela. O homem ainda atônico sem entender ainda o que estava acontecendo com ele, se viu diante daquela poderosa mulher a qual foi obrigado a curvar-se e a servi-la para o resto da sua eternidade como castigo por ter-la envenenado. E hoje através das suas histórias que compreendemos que o povo de exu não são entidades perdidas do baixo astral e sim entidades respeitadas e de muita importância no mundo astral superior e inferior.
A Pomba-Gira Rainha das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e Dourado trazendo na mão um cedro de ouro. Suas oferendas são sempre as mais caras, pois ela é muito exigente. A Pomba-Gira Rainha das 7 Encruzilhadas também é conhecida no sudeste do país como “Dona 7” Se apresenta como uma mulher de meia idade, muito reservada , educada, iteligente e culta.

Ao contrários que muitas pessoas pensam... é uma entidade calma e tranqüila, mais quando chega ao mundo para deixar seu recado, traz na garganta um grito de guerra onde expressa todo o seu poder de vitórias.“Foi Iansã quem lhe deu força! Ela é a Rainha do Candomblé... vamos sarava nossa Rainha Pomba-Gira ela é o exu mulher... bis: Vamos sarava nossa Rainha Pomba-Gira ela é o exu mulher...”Saravá D.Rainha!

Uma História

Pomba Gira Maria Mulambo


Maria mulambo era filha de escrava com feudal, um senhor de muitas terras e que amava sua mãe e não tratava como escrava mais sim como esposa, por mais que existisse preconceito das pessoas da cidade por ela ser negra, mulambo não conheceu sua mãe, assim que nasceu sua mãe faleceu no parto então foi criada por seu pai com todos os luxos e mimos e todos na cidade a tratavam muito bem principalmente os mais nobres por seu pai ter muitas riquezas e poder na cidade, seu pai sofria de uma doença que não teria cura assim deixou toda sua herança para mulambo uma jovem linda e bela ,quando completou seus 18 anos perdeu seu pai de uma forma um tanto sofrida estava sozinha no mundo com tanto dinheiro mais tão infeliz, o povo da cidade quando souberam da morte de seu pai mudaram completamente com ela pois era uma morena jambo muito bonita mais para todos não passava de uma escrava que se escondia atrás de jóias e vestidos caros, os meses foram passando e a solidão aumentando e quanto mais chorava mais triste ficava, até que resolveu sair um pouco para ver gente, mesmo sabendo que as pessoas as descriminavam, passou a andar com os humildes que por ela não tinham preconceito só admiração a chamavam de princesa dos escravos pois fazia doações generosas as famílias pobres do vilarejo, um belo dia encontrou com um rapaz muito formoso e gentil foi amor a primeira vista, então o rapaz passou a visitá-la e tirando um pouco da solidão de sua vida, e a cada dia foi ganhando mais sua confiança e amor, não demorou muito se casarão e mulambo viveu momentos felizes, naquela época as mulheres não poderia aprender a ler e nem escrever, e foi então que o pior aconteceu! O seu sonho virou pesadelo.
Mulambo saiu como costumava fazer todos os dias para visitar as famílias e o vilarejo, quando chegou a sua mansão os escravos que a serviram por tantos anos a impediu de entrar em sua própria casa por ordem de seu marido, lhe disseram que o senhor ordenou que não deixasse entrar nem para beber água que lá ela não teria mais nada apenas a rua. Mulambo não acreditou em que estava ouvindo, pois seu amado marido a traiu e lhe roubou todos os bens .
Desnorteada vagou pelas ruas, o que machucava mulambo não foi a perda da riqueza, mais da traição de alguém que era a única pessoa que ainda teria na vida.
Se passaram dias suas roupas finas viraram farrapos, sua fisionomia ficou triste e escura mais a sua beleza era visível para todos que passavam e viam aquela mulher com a mão estendida suja e esfarrapada, passou muita fome e frio mais ainda assim o que mais lhe maltratava era a traição, passando pela mesma calçada uma mulher bonita famosa dona de cabaré olhou para mulambo e perguntou: moça és tão bela o porque esta esmolando, mulambo mal olhou para moça e nada respondeu, a moça na época chamada sete saias do cabaré fez um convite a mulambo, que se mulambo fosse com ela seria muito rica e amada por muitos homens, mulambo sem entender muito acompanhou sete saia a rainha do cabaré se arrumou e começou a fazer a vida, reconquistou o dobro da riqueza que tinha era uma das mais procuradas no cabaré, guardou seu coração na gaveta para que fosse rigorosa e fria na hora de cobrar, fez muitos abortos e não queria ter filhos foi obrigada muitas vezes a tirar, por causa do trabalho e não saberia lidar com essa situação (por esse motivo a entidade Maria mulambo é protetora das crianças) um dia a casa estava cheia e o homem que destruiu sua vida e roubou seus bens foi conferir o boato que se alastrou pela cidade, quando mulambo o viu seu coração galopava de uma forma absurda pois por mais que ele tivesse destruído os seus sonhos ela ainda o amava pois como ela diz (o verdadeiro amor é o único feitiço que nunca é desfeito) ele chegou perto dela e pediu perdão por tudo que tinha feito que era um tolo e queria a esposa dele de volta que foi egoísta e ambicioso, mas era para que ela entendesse que sempre sofreu na vida, e ele não teve o direito de fazer o mesmo com ela, e rapidamente marcou uma encontro com ela em uma encruzilhada afastado um pouco do cabaré a meia noite, ela respirou fundo e aceitou o convite na esperança que realmente ele tinha falado a verdade e mudado, mulambo saiu escondida com uma capa preta muito usada naquela época, chegando lá ele se aproximou dela e disse “ você foi a mulher mais linda que conheci em toda minha vida e sua beleza não dividirei com ninguém vou fazer isso por amor” de repente apareceram mais 6 amigos a seguraram e ela a esfaqueou varias vezes e ainda viva ele a jogou em uma lixeira e a tirou fogo, assim mulambo cura a dor de pessoas que sofrem com traição e é a favor dos casais, seu Axé é caracterizado por famílias, é um axé de respeito e fertilidade.

MARIA PADILHA A POMBA GIRA


Falar desta entidade tão apreciada e poderosa dentro da Umbanda é uma honra, esta mulher (exú) também é cultuada dentro de casa de santo de Candomblé! Mais como existem tantas histórias relacionadas a esta entidade, que achei melhor incluir aqui uma poesia que se baseia na sua real história e ao mesmo tempo tem a síntese desta nobre entidade que é pomba gira Maria Padilha das Almas.

Vou contar uma lenda de uma pobre Maria ,Que conheceu o luxo e a agonia !Vou contar a lenda de Maria Padilha ,Que escondia a sedução sob a mantilha !Ela viveu no século XIV , cheio de magia ,Misticismo e fantasia !
Ela nasceu na Espanha valorosa ,Formosa e maravilhosa !Ainda criança , Maria Padilha foi abandonada ...
Por sua mãe , que era uma coitada ...
Ela era filha de mãe solteira ...
E virou uma órfã verdadeira !Ela nunca teve uma família inteira ...
Assim , ela foi criada por uma feiticeira !Ela gostava de dançar o “flamenco” sensual ...
De uma forma especial !Ela gostava de vestir preto e vermelho ...
Para treinar a dança no espelho!
Na adolescência , ela virou uma cortesã elegante ...
Conhecendo muita gente importante !Ela foi apresentada à Dom Pedro I de Castela ...
De uma forma elegante e bela ...Pelo primeiro ministro numa festa ...
Ao som de uma linda orquestra!
Assim , os dois dançaram ...E se apaixonaram ...
Mas , Pedro estava noivo de Branca de Bourbon ,Que era frágil e sempre saia do tom !Mas , Maria Padilha fez uma bruxaria ,Que gerou uma grande agonia :Ela jogou um feitiço no cinto em que Branca ...De uma forma ingênua e franca ...Presenteou o seu amado ...
De um jeito calado !
Assim , depois do casamento ...
Sem nenhum sentimento ...
Aconteceu um tormento :Branca , dois dias depois , foi abandonada ...
Sem entender , absolutamente , nada !
Depois , os membros bastardos da família real ...
Seqüestraram Pedro de um jeito sensacional !Mas , com a ajuda de Maria Padilha ...
Pedro escapou de toda aquela matilha !Então , ele decidiu transferir sua corte para Alcazar de Sevilha ...
Junto com sua amada Maria Padilha !Depois , ele bolou uma vingança sem piedade ...
E matou seus 9 irmãos traiçoeiros de verdade !Por causa desta vingança de fel ...
Ele ficou conhecido como : Pedro , o cruel !Com Maria Padilha , ele teve 4 crianças ...
Carregadas de coragem e esperanças !
Porém , um dia ...
Cheio de agonia ...
A linda Maria ...
Morreu vítima da peste negra com muita dor ...
Mas , Pedro chorando com ardor ...
Nomeou a amada morta como rainha original ...
De uma forma especial !Porém Pedro , o cruel ...
Conheceu o próprio fel ...
Morrendo nas mãos do único irmão bastardo que escapou a sua ira ...
Mas , que conheceu a atrocidade e a mentira !
Esta é a história de Maria Padilha
Que escondia a sedução sob a mantilha ...E que de tanto fazer magias e de possuir um olhar de vampira ...Tem seitas que dizem que ela é a real pomba – gira .
Maria Padilha é uma pomba-gira muito feiticeira e adora vestir preto e vermelho, recebe seus pedidos e oferendas nos cruzeiros de chão como em cemitérios.
Adora bebida Anis, farofa amarela e bolinhos de carne moída com pimenta, Recebe rosas vermelhas, cigarrilhas e adereços de mulher. Trabalha para ambos os lados, basta pedir que ela estará lá prontinha para te ajudar!
Amarra, desamarra, abre e fecha caminhos...
Quando esta incorporada é muito dançante e alegre, fala alto e dá muita risada ”É noite no cemitério... é noite em zoxilá...é exu Maria Padilha que acaba de chegar... trás no ombro uma coruja... sua saia vem rodar... vem rodar exu das a rainha zoxilá.

Pomba Gira Maria Mulambo


Pomba Gira Maria Mulambo:
 

Apresenta-se quase sempre muito bela, feminina, amável, deslumbrante, sedutora. Ela gosta das bebidas suaves como: Vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. Pomba Gira Maria Mulambo gosta também: cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc.
Conta-se que a história de Maria Mulumbo que essa Pomba gira nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pai e mãe não eram Reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado. Maria Mulambo cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não era. Maria Mulambo aos seus 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos. 

Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse. Os anos se passavam e Maria Mulambo não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.
Parcialmente a isso tudo, a nossa Maria Mulambo era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e mais necessitados. Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor. O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria Mulambo declarada rainha daquele pequeno país.

Todo o povo adorava Maria Mulambo, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria Mulambo por não poder engravidar. No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria Mulambo, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria Mulambo sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés. Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade.Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor. Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família. Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.

O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu. Maria Mulambo agora não se vestia com luxo e riquezas,agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou. A notícia correu todo país e chegou aos ouvidos do rei. O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer. Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo. Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio. O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde sófaltavam pular fora d’água. Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria Mulambo; e o encontrou.

Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria Mulambo foi jogada ao rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo. Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimonia digna de uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu. Seu amado nunca mais se casou,cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontrá-la de novo. À espera de poder reencontrar sua Maria. No dia em que ele morreu e reencontrou Maria Mulambo, o céu se fez do azul mais límpido e teve início a primavera.
Assim termina a Lenda de Maria Mulambo um pomba gira muito reverenciada.